Resenha: Reboot - Amy Tintera




Autora: Amy TinteraEAN: 9788501401090
Gênero: Jovem Adulto
Páginas: 352
Editora: Galera Record
Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. Quanto mais tempo uma pessoa permanecia morta, menos traços de humanidade ela apresentava ao retornar como um Reboot. E esse foi o destino de Wren Connolly, agora conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH (Corporação de Repovoamento e Avanço Humano). Como a mais forte, sua principal função é capturar Reboots e humanos rebeldes que representam ameaças à população, além do treinamento de novos Reboots. Quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama a atenção de Wren. E a convivência com ele faz com que 178 comece a questionar a própria vida e o rigoroso método da corporação à qual tanto se dedicou. Quando a Reboot mais implacável começa a questionar suas convicções, a realidade dos reinicializados começa a mudar.


A escolha do livro foi muito simples — capa interessante e frase de efeito: "Há 5 anos, eu morri. 178 minutos depois, acordei". Como tô numa fase literária estilo kamikaze, aceitei o desafio de não pesquisar nenhuma resenha antes de começar e caí com tudo na leitura. 

Logo de cara, a primeira página me deixou muito curiosa. O capítulo um narra em primeira pessoa uma perseguição, na qual a frieza da personagem principal é muito bem explorada:

Eles sempre gritavam. Meu alvo gemeu enquanto escorregava na lama, virando a cabeça para ver se eu a estava alcançando.
Eu estava. 

H I S T Ó R I A

Um vírus letal se alastrou pelo país, dizimando boa parte da população jovem em pouco tempo. Algumas pessoas, no entanto, desenvolveram uma espécie de imunidade, sendo capazes de resistir ao vírus e tendo seus organismos adaptados e alterados por ele depois da morte. Quando esses morrem, retornam depois de um determinado período, deixando pra trás a vida antiga pra serem soldados da CRAH — uma corporação poderosa que comanda a sociedade.

Depois de uma guerra causada por reboots contra humanos, a coisa ficou feia. Do país inteiro só sobrou o Texas, nomeado agora de Cidades Unidas do Texas, onde a sociedade é dividida entre Rico e Favela

O tempo que cada reboot — aqueles que reinicializam e voltam à vida — permanece morto determina não só seus sobrenomes, mas também o nível de humanidade e habilidade de cada um deles. Quanto mais perto de 0, mais características humanas eles têm (memórias, sentimentos como amor, gratidão etc), e quanto maior o número (ou seja, maior o tempo que ficou morto), mais ágeis, fortes e menos piedosos eles se tornam. 

Wren ficou morta por 178 minutos. É a reboot mais poderosa que se tem notícia: ela quase não se sente mais humana. Todos têm respeito por ela, incluindo os outros reboots e os humanos que trabalham pra CRAH — e principalmente os humanos que ela caçava.

Além das tarefas em campo, os reboots acima de 120 também são responsáveis pelo treinamento dos novatos. E foi assim que Wren conheceu o 22. A partir desse encontro, tudo de repente começou a mudar.


I M P R E S S Õ E S 

Preciso dizer que este livro me surpreendeu demais! Tirando um ou outro defeito, que vou comentar no próximo tópico, eu gostei bastante de Reboot. Terminei o livro muito antes da minha meta de 48h, virando a madrugada de sexta para sábado com tantos "juro que só vou ler até o próximo capítulo"

A primeira coisa que notei foi a objetividade das frases dos primeiros capítulos. Todas curtas, escritas sem muito sentimento, em uma jogada que poderia ter sido um tiro no pé da autora, mas que valeu por conta da ousadia.

Dentro da corporação funciona algo parecido com um prédio, onde os reboots moram e são realizadas as pesquisas da organização. Neste contexto são apresentados reboots de vários números diferentes e a insensibilidade dos números superiores em comparação com os menores. Daí eu curti a ênfase em detalhes simples, como a falta do sentimento de culpa terminar em sexo casual. Outro detalhe muito atencioso é o fato de eles comerem bastante (fiquei com fome várias vezes por ter tanta menção a comida), já que precisam gastar muita energia o tempo todo. 

Os diálogos são um ponto forte, porque eu sentia tranquilamente a troca de personagem. Tem livro que parece que é uma pessoa só falando sozinha, mas neste eu gostei dos paranauês que a Amyusou pra distinguir o jeito e a personalidade de cada um. 

Se o começo é curto e grosso, a gente vê o desenvolvimento da linguagem e dos personagens ao longo do livro.

Outra coisa que não passou despercebida foi o figurino dos reboots: camisa preta, calça, bota e capacete com comunicador e câmera. Alguns livros e filmes têm a mania de querer enfeitar as meninas, deixando elas mais femininas. Algumas até usam salto e vestidões pra lutar ou fugir. Oi? Brother, roupa de ação tem que ser funcional, não fashion. Tem que garantir mobilidade, alguma camuflagem, reforço e proteção. No caso dos reboots, eles protegem exatamente a parte mais vulnerável do corpo deles. Super bem pensado, Amy!

Li em algum lugar que o 22 é um bocó que não para de sorrir. Não concordo, apesar de ele sorrir bastante mesmo. Acho que a ênfase é pra esclarecer que ele é um número muito baixo e ainda tem algumas características humanas. Queria que ele fosse meu BFF, aliás. Fica assim não, migo, eu gosto de você. 


P O N T O S   N E G A T I V O S

Lembra das frases curtas no começo? Elas me irritaram um pouquinho! Eu me sentia um robô lendo a narrativa, e isso me deu um nervosinho aqui dentro. Mas passou, ufa! Só não larguei a história porque eram muitos baphos que me deixavam curiosa e ansiosa, rs.

A edição brasileira desta vez deixou um pouquinho a desejar. Alguns erros de digitação me davam uma desanimada, e às vezes eu até consertava mentalmente alguma coisa, mesmo sem necessidade, porque a credibilidade tinha sido comprometida.

O romance também foi meio bobo, com um quê de adolescente, mas eu entendo que esta necessidade tinha a ver com o histórico e a característica dos personagens e talvez seria muito estranho se fosse de outra forma.




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