Review: The 100 e Dia 21



The 100 - Os escolhidos
Autora: Kass Morgan
Ano: 2014
Páginas: 288
EditoraGalera Record
Desde a terrível guerra nuclear que assolou a Terra, a humanidade passou a viver em espaçonaves a milhares de quilômetros de seu planeta natal. Mas com uma população em crescimento e recursos se tornando escassos, governantes sabem que devem encontrar uma solução. Cem delinquentes juvenis — considerados gastos inúteis para a sociedade restrita — serão mandados em uma missão extremamente perigosa: recolonizar a Terra. Essa poderá ser a segunda chance da vida deles... ou uma missão suicida.

The 100 foi um livro que eu só conheci depois de pesquisar sobre a série, e assistir toda a primeira e segunda temporada em tempo recorde. Quando acabou, fiquei tão órfã que morei na internet pesquisando preços nas livrarias perto de casa, até decidir comprar o e-book de tanta ansiedade. Minhas expectativas eram altas, minha ansiedade era sufocante e eu já amava cada página, mesmo antes de começar a ler. Mas nem tudo são flores como a gente espera.

Cerca de 400 pessoas sobrevivem a uma guerra nuclear — na qual a Terra se tornou inabitável devido aos altos níveis de radiação — em um módulo espacial, e, por mais de um século, a população cresce e percebe que os recursos não serão suficientes por muito tempo.

Os jovens criminosos são mantidos em Confinamento até completarem 18 anos, quando seus delitos serão julgados novamente e a decisão final sobre seus futuros será tomada de uma vez por todas. Clarke, futura médica e filha de cientistas, é uma dessas prisioneiras, levada ao centro médico pra exames onde a pior e melhor notícia da sua vida poderia ter sido dada: ela e outros 99 prisioneiros estão sendo mandados à Terra.

A narrativa é em terceira pessoa e dividida entre 4 personagens: Clarke, Bellamy, Wells e Glass. Todos estão escalados para a viagem, menos Bellamy, que deu um jeito de entrar na nave pra ficar perto da sua irmã, Octavia. E esse parentesco é proibido: ninguém na Colônia (que é o nome do módulo de transporte espacial) pode ter mais que um filho e só a ideia de alguém ter um irmão soava como um absurdo.

A confusão foge do controle, e alguém dá um jeito de sair da nave a tempo de não ser lançada no espaço em uma missão que tem tudo para ser suicida. Essa é a Glass, uma personagem que me conquistou logo de cara e ganhou a minha simpatia sem muito esforço. Glass tem algo muito importante na nave, algo que não pode ser deixado pra trás e que, agora que está livre do Confinamento, precisa fazer. 

Wells é o filho do Chanceler, figura de máxima autoridade na Colônia, e seu Confinamento pegou todo mundo de surpresa. Garoto certinho, com um amor doloroso pela Clarke e em treinamento para a Guarda, Wells é o núcleo mimimístico do livro. Seria legal, se não enchesse minha vida de reclamação!




  I M P R E S S Õ E S

Um dos pontos positivos é a inclusão do passado dividido nas narrativas dos personagens. A pegada foi bem interessante já que além de te apresentar mais a vida daquelas pessoas, também cria um suspense inteligente sobre o que eles fizeram pra serem presos. Isso, confesso, era o que eu mais queria saber!

A troca de personagens em capítulos curtos também me agradou, já que cada um tem uma personalidade diferente e age diferente com as mesmas situações. O Bellamy demorou pra me conquistar na série, mas no livro já virou logo o meu queridinho.

A chegada na Terra! Toda uma ansiedade por esse momento, e não me decepcionou. Imagine você chegando em Marte pela primeira vez, depois de ter sonhado tanto com esse momento. Imagine o cheiro da terra, a sensação do vento no seu rosto, a vista dali pro tão conhecido espaço... é exatamente esse sentimento que invade quem lê, com a particularidade de coisas tão incríveis que só o nosso planeta pode ter (será?). A Kass se deu super bem na habilidade de detalhar a Terra dando a sensação de que nós, leitores, também estamos nela pela primeira vez.

A Glass, no entanto, é a nossa visão do que está acontecendo na Colônia nesse período. Através dela nós conhecemos a nave, a vida lá em cima, os costumes e mais algumas pessoas. É a minha personagem preferida, mas fiquei com a sensação de que a Colônia em si — que é composta e dividida socialmente em Walden, Phoenix e Arcadia — poderia ter sido mais detalhada. Tive muita dificuldade pra imaginar o ambiente construído pela autora, então tive que me basear no que eu conhecia da série.

The 100 é um livro que poderia tranquilamente ter umas 500 páginas, e, talvez se assim fosse, todos os aspectos negativos teriam sido eliminados.

O final foi quase inesperado e me deu uma urgência absurda pra ler a continuação. Era caso de vida ou morte, então lá fui eu em busca de Dia 21.


Minha classificação pra The 100: ♥♥♥


Atenção: pode conter spoilers do primeiro livro.

Dia 21
Autora: Kass Morgan
Ano: 2015
Páginas: 288
Editora: Galera Record
Vinte e um dias após os cem terem chegado à Terra com a missão de recolonizar o planeta, um inimigo desconhecido é descoberto. Pensa-se que eles eram os únicos humanos a pisar na superfície terrestre em séculos, mas agora, nada mais é certo. Entre resgates, buscas e romances, segredos são revelados, crenças são quebradas e relacionamentos são testados.
Essa continuação era uma daquelas que tinha tudo pra ser inesquecível. A narrativa continua dividida entre Clarke, Wells, Bellamy e Glass, voltando de vez em quando para o passado. 

Depois de 21 dias na Terra, os cem (ou o que restou deles) descobrem que não estão sozinhos. Além do sumiço de Octavia, algumas pessoas estão ficando doentes — o que faz Clarke temer a exposição à radiação e se questionar sobre a sobrevivência na Terra.  

Não há tanta coisa pra dizer sobre Dia 21... porque o livro é exatamente assim: devagar quase parando. A sensação que tive foi de pressa e no foco de "continuar" em vez de "inovar" ou "surpreender". Foi com muita decepção que eu terminei esse livro, porque era quase impossível que ele acabasse sendo ruim. 

Tudo caminhava pra ser uma história incrível: um lugar inabitado, o suspense de talvez não estar sozinho, a força da natureza deixada crescer sem interferência humana, mutações pela radiação, a selvageria pela sobrevivência, a exploração de novos lugares, a alteração de conceitos sociais pelo desgaste do tempo... enfim, existia tanta coisa pra ser desenvolvida e o livro foi basicamente sobre as relações entre eles. Tanta carta na manga e um jogo inteiro desperdiçado.

Já os personagens começaram a me irritar um pouco dessa vez. Glass, a minha preferida em The 100, ficou chata com um foco muito grande no relacionamento com o boy. Acabou caindo no meu conceito, e eu confesso que não aguentava ler a parte dela. Era o único link com a nave e a parte dela não foi aproveitada. Até o suspense e a problemática da Colônia foi uma parte zZzZZzzz.

Enquanto isso, Wells sofria. Dor de cotovelo pra sempre, migo?Até quando apareceu uma luz no fim do túnel pro mimimi eterno, ele foi chato. Por isso que é forever alone! Ninguém te aguenta desse jeito, fofinho.



A bipolaridade também veio com tudo em Dia 21: uma hora um personagem odiava o outro, aí do nada o vento ou a água da jamaica faziam ele mudar de ideia. Senti que foi meio apressado pra caber em 288 páginas. Mais uma vez, saí com a sensação de que se tivesse mais 100 páginas teria sido muito melhor e menos "nas coxas". 


Minha classificação pra Dia 21: 





E vocês, já leram um dos dois?





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